Neste episódio
Por que toda venda é sobre pessoas, não sobre produtos
Como usar emoções e sensações humanas para aumentar conversão
O papel da dopamina e da empatia na decisão de compra
O que é o Sexy Business e como aplicar no seu e-commerce
Como integrar tecnologia, estratégia e humanidade com a edrone
Assista ao vigésimo segundo episódio do edroneCast no YouTube!
Edvaldo Firme:
Olá, pessoal! Sejam todos muito bem-vindos ao edroneCast. O episódio de hoje eu tenho o prazer de receber o Maurício Guimarães, com mais de 20 anos de experiência no e-commerce, para falar sobre um assunto que eu acho que hoje todo mundo já deve ter se perguntado. Mas aqui no edroneCast, o podcast que tem como objetivo democratizar o conhecimento do e-commerce brasileiro, eu vou fazer essa pergunta para você, Maurício: existe uma fórmula para se vender no online?
Maurício Guimarães:
É uma boa pergunta, né? Eu adoro esse tipo de pergunta. Existe uma fórmula para vender no online? Pode ser que sim, pode ser que não. Eu não acredito que exista uma fórmula. Eu acho que o importante é entender algumas coisas. Primeiro, quero agradecer o convite para fazer o cast. Eu sou apaixonado por podcast, por trazer conteúdo, ensinamentos e educação para quem realmente precisa. Tem gente que fala que não precisa, mas todo mundo sempre precisa.
Edvaldo Firme:
A gente estava falando aqui no off que ideia todo mundo tem, mas pegar um insight, que é diferente de uma ideia… Vou te dar uma ideia aqui de você fazer a barba. Obrigado pela ideia. Mas vou te dar um insight: se você fizer a barba deste modo, porque eu sou visagista, vai ficar melhor. Então, eu costumo dizer que dica todo mundo dá. Insight provado, com base no que a gente já viveu e experienciou, aí é diferente. Todo mundo precisa de um insight vez ou outra, não é não?
Maurício Guimarães:
E faz toda a diferença. Acho que o ponto principal é a gente entender que existem dois tipos de venda. A gente tem que entender esses dois tipos de venda. Claro, muita gente vai falar: “ai, Maurício, mas existe um monte de tipos”. Vou falar de duas aqui: a venda que você faz para quem já quer comprar o teu produto e aquela venda para quem não quer comprar o teu produto. Quando eu falo “não quer comprar”, talvez a pessoa ainda não esteja no nosso nível de entendimento, no nível de consciência de que ela deve comprar o seu produto.
Maurício Guimarães:
Então, ou a pessoa já quer comprar, ou ela não sabe o que ela quer comprar. Quando eu falo de “quer comprar” e eu vendo leite, eu vendo caixa de leite, essa venda já está feita. Qual é a diferença aqui? Eu preciso provar para ela que eu vendo e eu preciso vender para ela melhor do que o meu concorrente. Por que que a pessoa vai comprar do supermercado X e não do Y? Muitas vezes o pessoal me fala: “Ah, mas é preço”. Talvez não, muitas vezes não é.
Edvaldo Firme:
Não, muitas vezes.
Maurício Guimarães:
Não, muitas vezes não é. Eu conheço pessoas que não vão até um supermercado, por exemplo, para comprar leite mais barato e vão num supermercado mais caro por causa das pessoas que estão ali. Tem gente que tem fobia social. “Eu não vou ali porque eu não gosto muito das pessoas. Elas são barulhentas. Eu prefiro ir nesse daqui, que é um pouquinho mais caro.”
Edvaldo Firme:
Sem contar as pessoas que hoje abdicaram da ideia de ir até o lugar, né? Com certeza muita gente fala assim: “Eu prefiro pagar o frete para o motorista deixar aqui na porta da minha casa minha compra já feita, embalada, e eu só colocar na minha geladeira.”
Maurício Guimarães:
É uma palavra que eu vou falar daqui a pouquinho também: preguiça. A gente tem preguiça muitas vezes de fazer as coisas. Eu tenho preguiça de ir até o shopping muitas vezes para comprar uma lente de contato. Se eu sei que é sempre aquela lente de contato que eu vou comprar, eu não preciso experimentar, não preciso ver. Então eu compro pela internet. Sem falar que o meu custo é menor. No shopping eu vou ter que gastar com estacionamento, com certeza eu vou querer comer alguma coisa. Então, tem relação com custo, com dinheiro. Para mim faz toda a diferença eu entender qual é o tipo de compra e qual é o tipo de venda. Eu só dei essa introdução para poder responder isso para você. A venda online nada mais é do que uma venda. Só que o que acontece hoje no mercado do e-commerce, que a gente está falando aqui, é vendas pela internet. Muita gente esqueceu que as vendas são feitas para pessoas. Tem muita gente que fala: “Ah, eu faço venda B2B, então é uma venda totalmente diferente, é uma venda empresarial.” Concordo que é diferente. Só que eu nunca vi uma empresa falar…
Edvaldo Firme:
Eu gosto de fazer um comentário porque eu já ouvi esse mesmo ponto antes. Eu nunca vi uma empresa falar. Aí veio a Malu e fez uma empresa falar. Mas piadas à parte, sim, a gente sabe que por trás de toda grande empresa existe uma pessoa.
Maurício Guimarães:
Com certeza.
Edvaldo Firme:
Na verdade, uma não, muitas, muitas, muitas pessoas.
Maurício Guimarães:
É! E essa Malu eu acho sensacional, porque eles conseguiram deixar tangível como se fosse um ser humano ali. Porque a gente conversa com um ser humano e não com a empresa. A grande diferença hoje é: nós vendemos e nós fazemos negócios com humanos. A venda B2B não existe. Por quê? Porque é sempre um humano vendendo. “Ah, Maurício, mas as estratégias são feitas pela empresa?” Não, as estratégias são feitas por pessoas, humanos, dentro das empresas. Então, acho que o primeiro ponto é isso. Eu falo com um amigo meu, o Tardelli. Se o Tardelli ver esse podcast, um beijo, Tardelli! A gente fala muito sobre o H2H, né? Human to Human. As vendas e todo relacionamento é entre pessoas. A gente precisa colocar isso na cabeça. E por que eu estou falando isso? Porque muita gente, quando fala de e-commerce, esqueceu do “commerce”, esqueceu do varejo. Não se fala mais de comprar bem e vender bem. A galera está falando de tecnologia e apenas de tecnologia. A gente precisa muito da tecnologia, só que a tecnologia é um meio para a gente atingir os nossos objetivos. A gente vai falar um pouquinho mais sobre isso. Então, quando a gente fala, por exemplo, de CRM, a gente consegue construir audiência e comunidade utilizando a ferramenta do CRM. Mas a gente está se comunicando com quem? Com pessoas.
Edvaldo Firme:
Eu acho que até um ponto que eu sempre relato da diferença de trabalhar de maneira estratégica um CRM é exatamente você parar de ver número. Eu brinco que é isso. Já trabalhei em diversas operações e quando você está na operação, você está lá puxando o número. Você não vai olhar para o João Kléber, que comprou o tênis 34, no dia 23. Você vai olhar para a etiqueta que chegou. Você vai embalar, botar para vender, botar para coleta, o produto vai chegar. E se o João Kléber não reclamar que deu algum problema, quem é João Kléber? Uma vez que você utiliza o CRM, por mais que você faça uma visão ainda mais macro da coisa, você começa a dividir em subgrupos. Quem são os homens que compram na minha loja? Quem são os homens que compram tênis? Quem são os homens que compram tênis do dia 20 ao 28? Aí, no meio dessa bacia de gente, eu tenho o João Kléber. Então eu começo a entender mais quem são essas pessoas e o que elas querem de mim. Porque tem isso também. Quando a gente está falando do comércio digital, a gente… e eu concordo muito com o que você disse, a galera pensa muito na tecnologia. “Eu tenho que ter o site mais bonito.” Tem que ter um site bonito. “Eu tenho que ter a melhor comunicação.” Sim. “Eu tenho que ter o melhor disparador.” Tem. Mas você tem que ter um produto que de fato se conecte com seu cliente. Ser um vendedor de preço… Eu falo, e aí eu quero ver se você concorda comigo, vender por preço você não está vendendo para o seu cliente, está vendendo para um comprador. O cara foi lá comprar de você porque você tem um preço acessível. A próxima vez que ele estiver procurando um produto, ele vai continuar procurando por preço. Quando você tem um cliente no qual você consegue se comunicar e fala para ele: “eu vendo esse produto, essa ideia, esse pacote completo”, esse cara é teu cliente. E dentro de uma estratégia de CRM com dados e tecnologia, aí você consegue acompanhar quem é quem. E aí criar de fato maneiras efetivas para se comunicar com cada um deles. Mas, de novo, e conectando com o que você disse, tudo isso para vender bem. Usar a tecnologia como aliada, não como… Eu brinco que não é para empilhar ferramenta. Ou você vai usar aquilo da maneira certa, ou talvez sua operação não precise. E está tudo bem se não precisar também, né?
Maurício Guimarães:
E para mim, eu vejo que, como eu falei de comparar tecnologia com o e-commerce, com o varejo, não adianta você ter uma Ferrari e você não saber pilotar. Isso é um jargão já muito falado hoje no mercado. Mas é exatamente isso que acontece. Só que também tem um detalhe: talvez as pessoas não estão olhando para o outro lado. O que que a maioria faz? Eu vou contratar um CRM e eu tenho lá dez estratégias para enviar o meu e-mail marketing. Então, ou minha recuperação de carrinho. E essas estratégias não pensam no detalhe do ser humano. Quando a gente fala de neurociência, a gente fala muito isso dentro da minha metodologia também. Às vezes você manda uma mensagem. Você sabe quem é a pessoa que compra de você, sabe a idade dela, sabe que ela mora em São Paulo. Está tudo bem.
Edvaldo Firme:
Beleza, você acessou o dado.
Maurício Guimarães:
Já consegue saber os dados dela, mas você está dentro da mente humana? Você está dentro da mente dela para saber qual é o melhor horário para ela receber essa recuperação de carrinho? Porque o grande objetivo da recuperação de carrinho é venda, é recuperar aquele cliente que entrou.
Edvaldo Firme:
Tirar o dinheiro da mesa e botar de volta no seu bolso.
Maurício Guimarães:
Se é a venda, por que que você está mandando, por exemplo, às 2h da manhã? Mas eu vou além: se você mandar às 11h30 da manhã, o cara vai receber isso. É menor a chance de ele comprar. Por quê? Porque às 11h30… Maurício, por que que acontece?
Edvaldo Firme:
Posso chutar? Pode. Porque às 11h30 ele está mais preocupado com o que ele vai almoçar. Ele está mais preocupado em terminar as entregas dele. Ou às vezes ele está mais preocupado em “eu tenho que chegar no trabalho”. A mente humana está focada em outras necessidades do dia dele.
Maurício Guimarães:
Esse é o caminho. Às 11h30 a gente está com fome, na maioria das vezes. E como que funciona isso pelo lado da neurociência? Nosso cérebro tem na parte frontal o córtex pré-frontal. O córtex pré-frontal, entre outras coisas, é responsável pela empatia que a gente tem. E ele só é alimentado através da glicose. Quando entra a glicose no córtex pré-frontal, o neurotransmissor dopamina é produzido e a pessoa fica muito mais empática e propensa a fazer alguma coisa.
Edvaldo Firme:
Gera aquela sensação de euforia, né? É uma sensação de “euforia”.
Maurício Guimarães:
Ficam mal-humorados. Eles não ficam empáticos. Falta essa empatia. Então por que eu estou falando isso? Imagina que você manda um e-mail de recuperação de carrinho às 11h30 da manhã, que a pessoa já está “putaço” com alguma coisa, não está tão empática. Ela vai receber aquilo ali e falar: “Comprar o quê? Foda-se, eu estou com fome!” Se você fizer isso antes das 10h, por exemplo, 10h15, 10h20, a pessoa não está com tanta fome. O processo de dopamina continua. Ainda tem um cafezinho da manhã, então ela fica muito mais propensa e empática a olhar aquilo ali e se motivar. Olha a dopamina aí de novo, se motivar a comprar.
Edvaldo Firme:
Mas aí, até para o gestor que está em casa montando uma estratégia, para você que tem uma operação, então seria o caso de eu analisar de modo mais geral. Por que não depois do almoço? Depois do almoço, o cara já almoçou e já está mais tranquilo. Então, estrategicamente falando, entre correr o risco de quem saiu de casa e não teve tempo de tomar café da manhã, já que você vai fazer uma comunicação, faz isso na parte da tarde, porque almoçar quase todo mundo almoça. Então, já que a gente vai olhar para um fator mais generalista, vamos olhar para onde é mais assertivo. Dá para a gente pensar dessa maneira?
Maurício Guimarães:
Só para você ter uma ideia, teve um estudo nos Estados Unidos com mais ou menos 15.000 juízes de direito. Foi feita uma pesquisa que mostrou que a maioria das sentenças que eles davam às 11h30 da manhã, entre 11h30 e 11h45, era o contrário ao réu. Por quê? Porque o juiz não estava tão empático por causa de todo esse rolê de neurotransmissor no cérebro. O cérebro dele já está com fome, já não está tão empático. Ele quer realmente glicose para poder ter o neurotransmissor dopamina para dar motivação e ser mais empático. “Não, eu vou condenar esse cara.” Esse estudo aconteceu. Se alguém quiser procurar na internet, está lá. Por isso que hoje, só para dar um exemplo, os corretores de imóveis, o que eles fazem quando estão apresentando uma casa? Se o cara levar um bolinho, um cafezinho com um achocolatado, ou seja, bota a comida no povo para ter a glicose para a pessoa ficar mais empática para aquilo que ele está falando. Isso, claro, com relação ao neurotransmissor dopamina. Mas também tem a memória olfativa. Falando especificamente do corretor, o teu cérebro consegue entender que aquele bolinho tem cheiro de infância, tem cheiro de casa, de mãe, tem cheiro de casa. Então você está sentindo aquilo ali. Aí você já come. O que o vendedor, o corretor, vai falar para você, você vai ficar empático, você está feliz naquele momento, você está se sentindo bem.
Edvaldo Firme:
E é uma zona de conforto que essas experiências multicanais acabam conseguindo providenciar, né? Porque é aí que dá para a gente fazer uma conexão muito legal. Dentro do mercado digital hoje, muita gente usa aquele saco preto de envio. Nada contra, você precisa embalar o seu produto, mas quando chega o saco preto de envio, você não sabe se você comprou na loja A, na loja B, na loja C. E a experiência de produto vai para o beleléu, né? E sabemos que dentro do mercado digital, o momento de receber o produto é o ápice de dopamina da experiência digital. Diferente de uma compra física, você sai da loja com o produto na mão. Quando você faz uma compra digital, você precisa ter todos os estímulos para ser convencido, fazer a compra e ainda vai demorar a receber aquele produto. Quando você recebe um produto na sacola preta que parece uma sacola de lixo, e quando você recebe um produto que vem embalado numa embalagem personalizada e aromatizada… Isso para mim tem sido uma das principais diferenciações que marcas, principalmente da área de roupas, têm feito. Eles mandam a sua roupinha dobradinha, mas já mandam perfumadas. Tem um perfume da própria marca para você ter uma experiência integrativa na hora de fazer o primeiro uso ou para fazer o reconhecimento daquele produto.
Edvaldo Firme:
Agora, uma parada mais provocativa: como, dentro de tudo isso que a gente falou, de ativar a parte cerebral da compra, do estímulo, como mais a gente consegue estimular isso? Porque aqui a gente já está falando do movimento de pós-compra. O cara já fez a compra, ele está recebendo o produto. Beleza, você conseguiu dar um estímulo para ele ficar satisfeito e voltar lá, dar um NPS legal, ele voltar e se tornar um cliente da sua marca. Mas é no pré. Como que a gente começa a atiçar o nosso cliente? E aí eu já até pergunto isso sabendo que dentro da sua própria metodologia, existem alguns pilares para a gente olhar para isso. Mas o que que hoje um lojista pode pensar e falar assim: “Eu preciso aplicar isso” ou gerar essas demandas para o meu cliente se tornar mais interessado no que eu estou propondo a ele.
Maurício Guimarães:
Acho que esse é um ponto muito importante. O que que a gente tem que entender é o que que eu defendo dentro da metodologia Sexy Business. Eu defendo criação de comunidade e senso de pertencimento, certo? Por exemplo, você falou do saco preto. A pessoa quando recebe o saco preto, ela tem uma experiência, será ativada uma emoção nela. E se ela receber uma caixa box, sei lá, da Vivara? A da Vivara geralmente é bonitinha, com algumas coisinhas douradas e tal. A pessoa…
Edvaldo Firme:
Às vezes ela guarda a caixa.
Maurício Guimarães:
Ela guarda a caixa, ela sente e se sente muito bem. Ela se sente muito melhor do que quando ela está recebendo só o saco preto. Eu volto para você a provocação: o novo modelo do iPhone hoje é o iPhone 17, né? Está 15, 20 mil, uma coisa assim. Eu fui olhar o preço. Melhor preço de mercado: R$ 13.990. Imagina que eu, Maurício, tenho uma loja “iPhones Tops”. Eu chego e te mando um iPhone num saco preto. Você vai olhar e falar: “Não, eu não quero esse iPhone, pô, veio num saco preto.” O que que geralmente as pessoas fazem? Qual é a emoção ativada nela naquele momento? Se fosse qualquer outro tipo de produto, se fosse, sei lá, um Android, talvez ela não tivesse esse comportamento. Então veja que a pessoa ela não vai rechaçar o produto por causa do saco preto. Por quê? Porque a Apple construiu. Quando a gente fala de construção, muita gente fala de construção de marca. Mas o que tem por trás da construção de marca é o sentimento de pertencimento e pertencer a uma tribo. O ser humano é tribal. A gente sempre pertence a uma tribo. Tem a tribo do rock and roll, tem a tribo do pagode, tem a tribo dos Apple Maníacos.
Edvaldo Firme:
Tem a tribo do futebol.
Maurício Guimarães:
Tem a tribo do futebol. Então você entende que no momento da Apple, que já construiu essa tribo, não importa como ela vai entregar. Ela só precisa entregar. Não importa o preço, porque a pessoa não vai olhar para o preço do produto. Tanto é que é R$ 13.000 e você vai no lançamento numa loja, está lotada. E tem gente que pega cinco cartões de crédito para comprar o produto de R$ 13.000. Ou seja, ela é sensível a preço, né? Imagina uma pessoa que ganha R$ 5.000 por mês? Talvez não tenha condição de comprar um iPhone desse, mas ela usa cinco cartões para comprar porque ela pertence a uma tribo.
Edvaldo Firme:
E aquilo vai colocar ela numa posição de pertencimento também. Exato. Eu acho que talvez, e aí eu gostaria desse complemento: validação é muitas vezes um produto. E aí eu vou fazer um outro comparativo: um produto de high ticket tem a ver com ser e pertencer. Uma pessoa que tem um iPhone 17, às vezes, igual você falou, ela pode ganhar um salário até menor do que R$ 5.000, mas para quem olhar e ver ela com um iPhone 17 vai olhar e vai falar: “ok, alguma coisa essa pessoa fez” e ela pertence ao grupinho de quem tem o iPhone do ano. E aí cada um faz a leitura que quiser sobre consumismo, capitalismo. Mas ela, ao ter o produto, pertence àquele grupo.
Maurício Guimarães:
Exatamente. E isso… Imagina que nós, vendedores… Eu sou um vendedor e eu quero vender uma ferramenta que eu criei e eu quero vender para uma galera que tem mais dinheiro. Essa ferramenta é o meu público. É aquele grande empresário, aquele grande C-level. Aonde que esse cara está? Ele está numa academia ali no Itaim ou nos Jardins?
Edvaldo Firme:
Ele está num restaurante.
Maurício Guimarães:
Ou está num restaurante e tal. Então como que eu vou vender para esse cara? Eu vou para a academia, eu vou frequentar a academia também. E eu terei um Rolex, mesmo que eu não seja rico. Eu sou um vendedor que estou bem, estou ganhando um salário bacana. Mas esse cara, quando ele olhar para o meu relógio, para o meu Rolex, ele não está olhando para o Maurício. Ele está olhando para o Rolex. E o que o Maurício pode oferecer para ele? Porque ele vai olhar e falar: “Pô, esse cara tem um Rolex, ele tem dinheiro.” Então eu, Maurício, estou comprando não um Rolex, mas um lugar na cadeira ao lado desse cara. Entendeu? Eu estou comprando um lugar na cadeira.
Edvaldo Firme:
E esse comportamento hoje ele faz muito sentido, até baseado em estudos, porque a gente vê os millennials hoje, eles vivem um momento mais saudável da geração, muito por conta do crescimento do mercado de Health and Beauty. Hoje já é o terceiro maior mercado do mundo, gera trilhões por ano. E aí o que a gente começa a entender? Que hoje o aspecto de ser bem-sucedido não está mais em ser um workaholic que trabalha 16h por dia, mas ser um cara que consegue trabalhar, ter uma rotina saudável, frequentar uma boa academia, fazer o tal do beach tennis, estar ali no meio para fazer networking. O estereótipo do paulista Faria Lima não é um estereótipo, é um clube, faz parte desse movimento de tribos cada vez mais. Ainda mais com a internet, com a democratização da internet, todas as pessoas foram entendendo que elas pertencem a algum lugar. Encaixar-se hoje faz parte do seu próprio estilo de vida. Então, para você sentar ao lado da cadeira do cara que está na academia, no CT de treinamento exclusivo, você tem que pertencer àquele ambiente. Como que você pertence? Você tem que ter um físico bacana, você tem que estar sentado na cadeira tal, você tem que ter o relógio tal. Você tem que ser influente o suficiente para que a pessoa tenha interesse em te ter sentado naquela mesa, né?
Maurício Guimarães:
Exatamente. É por isso que muita gente me pergunta, muito lojista chega para mim e fala assim: “Maurício, eu estou vendendo muito bem no marketplace, mas eu não consigo vender na minha loja própria. O que está acontecendo? Meu produto é bom, meu preço é bom, minha entrega também é boa.”
Edvaldo Firme:
E na minha loja provavelmente eu consigo fazer até um preço melhor.
Maurício Guimarães:
Às vezes até um preço melhor. Aí eu falo: “Cara, é que no marketplace a turma quer comprar produto. Você está vendendo um produto na tua loja? Então está aí, está errado. Esse é o problema.”
Edvaldo Firme:
Produto você vende numa vitrine, né? O que eu digo para todo mundo…
Maurício Guimarães:
Entregar essa para mim. Eu quero saber se eu comprar hoje, vai chegar daqui 48h. Se der errado, eu vou ter essa grande marca no mercado para reclamar. Perfeito! É isso. Lá no marketplace você tem uma coisa que eu também sempre falo: lá você tem faturamento, você não tem rentabilidade. É como se você estivesse plantando em terreno alugado.
Edvaldo Firme:
Eu falo que é construir a sua casa dos sonhos num terreno alugado. Está gente? Para deixar claro, não é um hate ao marketplace. Eu acho que se você é um lojista com capacidade de operar os dois, opere. Vai fazer muito bem para o seu giro comercial, porque o marketplace vai ser o lugar que vai te dar rotatividade. Enquanto você tem o micro share ali para ir enviando a sua comunicação para o seu cliente físico, você vai já permeando a borda daquele cliente, fazendo com que ele tenha interesse no que você vende para depois impactar ele enquanto a loja física da sua loja. E você já tem uma base de clientes interessada. O que tem muito, e eu já vi muito acontecer, era gente que tinha faturamento de mais de milhão numa ferramenta como Mercado Livre no final de semana. E aí durante a semana ele foi banido. Por quê? Porque sim. E ele teve que parar uma operação. Em três meses ele não conseguiu se recuperar porque ele tinha uma operação gigante. Ele era fabricante, ele tinha equipe. E aí a hora que a ferramenta resolve tirar tudo do ar, eu costumo falar: “Você vai fazer o quê? Vou chamar o Batman”, porque não sobra muito, né?
Maurício Guimarães:
E a turma realmente não entende. Geralmente, quando você começa a vender no marketplace é porque é a maneira mais fácil de vender. Você não tem muito trabalho. Claro, tem trabalho, mas não tem muito trabalho. E você começa a vender lá. Você começa a enxergar que está faturando muito, mas realmente você não tem uma rentabilidade muito boa.
Edvaldo Firme:
Valida alguns produtos, algumas ideias.
Maurício Guimarães:
Isso. Mas o que que é importante? Eu sempre digo: venda no marketplace para você ter o faturamento. Talvez a exposição de marca não seja muito grande, mas nunca deixe de ter a sua loja própria também. Por quê? Porque… E aí me perguntam: “Mas eu não estou vendendo tanto na minha loja própria.” Porque você está tentando usar a mesma estratégia de venda no marketplace na tua loja.
Edvaldo Firme:
Continua vendendo o produto na loja própria?
Maurício Guimarães:
E o cliente não compra o produto na loja própria. Se ele quiser produto, ele vai para o marketplace. Na loja própria ele compra aquilo que você defende. Por que as pessoas compram, por exemplo, voltando para o iPhone e a Apple? Ela defende, tanto é que o slogan da Apple é “Think different”. Pense diferente. Então, além de eu estar comprando um celular que me traz um status social, ele também me traz um senso de pertencimento a uma tribo que poucas pessoas fazem parte. Então a Apple, ela é revolucionária. Ela sai do status quo. A pessoa que tem um iPhone, ela é diferentona. Diferente do Android. Eu tenho Android. Tanto é que quem tem iPhone, geralmente na capinha traseira tem o símbolo da maçã. Tem que mostrar, claro. Eu tenho um Android, não mostro porra nenhuma, que não tem nada. Eu gosto. Eu prefiro o Android pelos meus motivos, também por uma questão de custo. Então, na loja própria você tem que vender uma ideia, você tem que vender aquilo que você defende, aquilo que você acredita. Falando de prata, eu até comentei com você antes, se uma loja de joias tentar vender a joia, ela não vai conseguir. Ela tem que vender uma ideia do porquê que as pessoas vão comprar essa joia, sei lá. Quando eu falo: “democratizando o luxo para qualquer brasileira”, olha essa narrativa. Então a pessoa vai olhar e falar: “nossa, que legal, eles pensam como eu.” Aí eu vou olhar, “deixa eu olhar o produto.” O produto é bonito. Vou ficar. E outra coisa, vendo a transformação. A pessoa não está comprando a pulseira de prata para ela. Ela está comprando a pulseira de prata para os outros. Se eu comprar um relógio, por exemplo, eu não uso ele para lavar o banheiro da minha casa. Por que eu não uso? Para não estragar? Não, porque não faz sentido eu usar ele lá. Faz sentido eu usar ele na rua para os outros olharem esse relógio e verem assim: “Nossa, que da hora. O relógio do Maurício é bonito.” Não é para ver a hora. Para ver a hora eu tenho isso aqui, eu vejo o que eu estou mexendo.
Edvaldo Firme:
Eu ganhei um relógio. Eu nunca fui de usar relógio. Eu ganhei um relógio. Eu uso o relógio para medir meu batimento cardíaco.
Maurício Guimarães:
Está vendo?
Edvaldo Firme:
Está vendo? Para ver quantos passos eu dei no dia. Para ser um acompanhante. Para olhar o horário? Não, olha o celular, bicho.
Maurício Guimarães:
E eu digo que a pessoa que compra um relógio para que os outros olhem e tenham alguma emoção, está tudo bem, porque você trabalhou para aquilo ali, você ralou. Você curte aquilo ali, provoca uma emoção também em você. Então, isso é importante. Isso é na loja própria. É isso que a gente tem que vender. O cara que faz um banner na loja própria e coloca lá… Acontece muito em moda, moda de luxo ou algumas lojas de luxo: o minimalismo. Para mim, uma puta bosta aquilo lá, porque o cara coloca o quê? Um brinco, uma mulher do lado que eu não sei quem é, um fundo branco ou preto, e um call to action bem “bunda” também. Desculpa se eu falei, posso falar “bem ruim”. O que que está me trazendo? O que está me mostrando aquilo ali? Nada. Está me mostrando um produto? É o preço que ele está me trazendo. Luxo e sofisticação? Da onde? Quem te disse isso?
Edvaldo Firme:
E aí, quer ver um ponto que a gente pode fazer um balanço? Eu entendo que o minimalismo, ele é uma variável e operações funcionam se você entra. Eu já falei outras vezes em outros episódios aqui. Uma referência de minimalismo para mim é a Balenciaga. Você entra no site da Balenciaga, é minimalista. Parece que você está num site de uma galeria de arte. Não que você está numa loja. O preço é igual ao da loja física, tão caro quanto. Porém, entretanto, em grande parte dos produtos “Out of Stock” e eles não têm problema de deixar lá “Out of Stock” porque eles querem deixar muito claro que tipo assim: é caro? É, mas tem gente comprando e está fora do estoque. Se você achar um na loja perto da sua casa, compre, porque não vai ter mais. E aí perceba como faz essa diferença? É uma sensação que a loja toda te traz de falar: “ok, se eu estou aqui no site da Balenciaga”, que de novo a gente pega e é uma das grandes referências de mercado. Aí o senso de luxo combinado ao minimalismo se conecta porque se conecta com a loja física deles, se conecta com a estrutura de tudo que eles comunicam e fazem isso. Agora você é uma loja média. Não estou falando que uma loja pequena que está começando não tem problema. Se é uma loja média e você quer seguir o padrão, o high standard de uma marca que construiu isso durante anos, desculpa, mas você está copiando provavelmente algo que vai te prejudicar mais do que vai te ajudar. Faz sentido isso que eu estou falando?
Maurício Guimarães:
Você foi cirúrgico no que você falou agora, porque é exatamente isso que acontece. A Balenciaga ela tem o site dela lá, tem um e-commerce dela que é um ponto de conexão com o cliente. Mas ela tem um monte de outras ações que ela está fazendo, que são outros pontos de conexões. Então, eu, Maurício, quando eu entro, nunca ouvi falar na Balenciaga. Quando eu entro no site e vejo lá um produto e o preço não está comunicando comigo. Eu olho o que ele fala. Eu não sei o que que é. Não comunica. Agora, eu, Maurício, se a minha jornada como consumidor eu fui impactado no Instagram, no TikTok, num e-mail marketing, na televisão…
Edvaldo Firme:
Numa música.
Maurício Guimarães:
Numa música, num criativo que eu vi o Cristiano Ronaldo usando. Opa, se o Cristiano Ronaldo está usando é porque de repente é um valor agregado maior.
Edvaldo Firme:
É a hora que você bate o olho, vê o preço alto, você fala: “Não, mas tudo bem, o Cristiano Ronaldo usa isso. O que eu esperava, não é mesmo?”
Maurício Guimarães:
Então, essa jornada é importante. Isso são as emoções humanas. No momento que eu olho que tem o Cristiano Ronaldo lá, ele me traz o quê? Qual é a sensação que eu tenho? Luxúria. É luxo. Então entra aí um pouco mais o Sexy Business também, né? O pessoal me pergunta: “Mas como é que eu uso esse negócio? Como é que eu uso?”
Edvaldo Firme:
Eu ia fazer porque assim, acho que a gente conseguiu explicar para as pessoas. E eu gosto de deixar esses pontos assim, atrelados. Acho que para o gestor que está ouvindo esse papo aqui, ele já entendeu que a fórmula para vender no digital não tem a ver com matemática, tem a ver com o humano.
Maurício Guimarães:
Com o ser humano.
Edvaldo Firme:
Tem a ver muito mais com o humano, né? Então existe uma fórmula? Existe. Acho que a gente está chegando próximo dela agora para entender. E aí, me explica, Maurício, como é que funciona então, a metodologia do Sexy Business?
Maurício Guimarães:
Eu acho que é só complementando a relação dos dados. Gente, é importantíssimo os dados. A gente tem que ter os dados e eles muitas vezes vão dar um norte para as ações que a gente vai fazer dentro da nossa operação. Então a gente consegue saber que eu tenho lá 50, 80% é homem. É um dado que eu tenho, então eu não vou vender o meu portfólio. Não vai ser mais para mulher, vai ser mais para homem, né? Então é um dado importante. Os dados, eles são importantes para nos direcionar para qual caminho a seguir. Só que o Sexy Business, ele diz e mostra qual a roupa que você vai usar para seguir esse caminho, certo? Qual é o sapato que você vai usar para seguir esse caminho? Qual é o sapato correto para chegar numa festa? Então ele vai olhar. Por quê? Porque através disso, através do Sexy Business, a gente consegue entender as emoções e sensações humanas.
Maurício Guimarães:
Então, veja bem, os dados, eles vão mostrar o caminho, como ir por ali. O Sexy Business mostra o porquê, porque aí vai ser uma questão da sensação e emoção humana. Acho que é importante falar sobre… Muita gente me pergunta por que “sexy”, né? Porque às vezes, quando fala assim “Sexy Business”, o pessoal já acha que é putaria, que é mulher pelada, OnlyFans. Não sei o que é. Não tem. Pode ser que tenha a ver também. Mas o nome “sexy” ele vem do Sexy Canvas, que foi criado pelo André de Haman, que é um empreendedor. Eu estudei muito e aprendi muito sobre o Sexy Canvas e o business e do marketing ideológico do Davi Ribas. Eu faço questão sempre de falar que a gente fala um pouco de construção de movimento e comunidades. O “sexy”, porque a palavra “sexy” foi uma homenagem à teoria sexual de Freud, que Freud, o pai da psicanálise, ele defende que todo ser humano tem uma energia chamada libido. Então essa energia inerente do ser humano, essa força, essa garra de querer fazer alguma coisa, chama-se libido. Então por isso que o André chamou de “sexy” para a pessoa. Realmente para todo ser humano ter essa garra, esse impulso, esse brio. Sabe quando a gente fala de brio? O que é brio? É brio. É você ter aquela… Aquele tesão tão grande, o tesão, né? Tesão de fazer alguma coisa. Só que dentro da sociedade ficou chulo. Então você, quando você tem essa energia, você quer fazer. As pessoas olham e falam: “Caralho, o cara está querendo fazer. O pessoal fala assim: ‘está drogado?'” Não tem nada a ver. É brio, é vontade de fazer. Se você não tem, você não levanta da sua cama. Não desce para o play, sabe?
Edvaldo Firme:
Exato, cara. Você levanta da tua cama e você não está disposto a fazer o quê? E aí eu traço também um ponto muito importante: não é fazer o impossível. Fazer o impossível tem a ver com maluquice. É fazer o melhor que você pode. Se você levanta da cama e fala assim: “Bicho, hoje eu vou devorar o leão na porrada.” É isso. Você está pronto para a batalha?
Maurício Guimarães:
É isso aí. E aí, o que que a gente faz? Tem um framework que quando a gente fala de Sexy Canvas, tem um canvas de uma maneira mais sexy, que é o que tem um framework que a gente usa os sete pecados capitais e as sete emoções da criança interior. Então imagina que eu vou falar com uma empresa que vende sapatos. “Ah, Maurício, eu preciso vender mais. Eu queria entender como é que eu faço para fazer isso.” Beleza, vamos explicar o que é o Sexy Canvas? O Sexy Business é uma metodologia baseada em neurociência que usa as emoções e sensações humanas para você vender mais.
Edvaldo Firme:
Para gerar não somente gatilhos, mas para envolver o público no geral.
Maurício Guimarães:
Sim, para você entender totalmente a emoção e sensação humana. Legal. Então, se você vende para pessoas, você precisa entender o que essa pessoa sente quando ela ouve falar sobre você ou quando ela vê alguma coisa que você vende. Então você precisa entender o que ela sente. E nesse framework eu tenho sete pontos do Sexy Canvas que a gente consegue ver. A gente vai falar de ganância, a gente vai falar de luxúria, de inveja, vaidade, preguiça, ira e gula, certo?
Edvaldo Firme:
Engraçado que o pessoal que está ouvindo provavelmente deve pensar assim: “Pô, mas tudo isso aí é pecado, é coisa ruim.”
Maurício Guimarães:
É coisa ruim. É coisa ruim porque foi implantada na nossa cabeça por tudo. E só está pensando na religião. Sim, aqui é antropologia. Socialmente falando. Então, o que é mais usual é quando fala de sete pecados capitais é aquilo que foi implantado pela Igreja Católica lá em 1300 e lá vai a bolinha, porque isso não tem na Bíblia. Procura na Bíblia se tem a menção sobre os sete pecados capitais, não tem na Bíblia. Então a pessoa que… Nada contra, viu, gente, pelo amor de Deus, não estou falando de religião, eu estou falando de negócio, é de antropologia e entendimento da mente humana. Ganância. O pessoal me fala muito sobre ganância. “A ganância é uma coisa ruim.” Cara, entende? No contexto do Sexy Business, o Sexy Canvas, que a ganância é ou você não perder dinheiro ou você ganhar mais dinheiro. Ah, mas eu… A ganância que você não quer que a outra pessoa… Não estou nem aí para a outra pessoa. Eu, dono de negócio, dono de um e-commerce, eu vou colocar o frete grátis a partir de tal valor. Isso eu estou ativando a ganância no público, que ele não vai perder dinheiro, entende? Só que aí o lojista que fala assim: “Maurício, mas eu não sei o que fazer.” Beleza, vamos colocar o primeiro quadradinho aqui, a ganância. O que dentro da tua loja está eletrificado? O que eu falo é que realmente existem conexões elétricas dentro do nosso cérebro. O que que está eletrificado no teu cliente de forma positiva e de forma negativa? Por exemplo…
Edvaldo Firme:
O meu produto é high quality, mas o preço dele é alto. Então eu tenho um produto que é um produto de desejo, porque eu sei que ele é caro porque ele é bom, mas ele é bom porque ele é caro.
Maurício Guimarães:
Isso. Então você coloca nisso e começa a colocar todos os pontos. Vamos falar de preguiça. O que que dentro da tua loja ele fica positivamente e negativamente? Positivamente é que você entrega na casa do cliente. Beleza, é um ponto.
Edvaldo Firme:
O cliente demora 14 dias. Se demorasse sete, o cara ia ficar mais feliz.
Maurício Guimarães:
Esse é o esquema, entendeu? Então a gente pega cada um dos pontos do Sexy Canvas e a gente conversa e a gente faz esse brainstorm com o lojista ou com qualquer outra empresa, ou até com a própria pessoa para entender o que que ele fica positivamente e o que ele critica negativamente. Depois que a gente faz isso com os sete pecados capitais, a gente faz as sete emoções da criança interior. Que é o quê? Curiosidade. O que que dentro da tua loja provoca a curiosidade boa e curiosidade ruim? O que provoca segurança? O que é segurança? “Olha, se você comprar no cartão de crédito, se você comprar o meu produto e não gostar a partir do recebimento, tem sete dias para você devolver o produto, eu te devolvo o dinheiro.”
Edvaldo Firme:
A gente pode gerar confiança de um outro modo, com um influenciador falando sobre o seu produto.
Maurício Guimarães:
Perfeito. Isso é confiança, recompensa, liberdade, amor, pertencimento e diversão.
Edvaldo Firme:
Olha aí como está já! Olha que engraçado, são sete pontos que automaticamente são conectados como coisas negativas, que são os pecados, e os outros sete são coisas que normalmente encararemos como coisas positivas. Mas ninguém faz essa alusão prática de que tudo isso está acontecendo ao mesmo tempo na nossa cabeça. E isso a gente tem sim inveja. A gente tem sim ganância. E ao mesmo tempo a gente tem amor. Ao mesmo tempo, a gente busca conforto, a gente busca segurança. Então eu acho que faz muito sentido, Maurício, dentro do que você está me explicando, para quando a gente está falando de business, olhar para esse modelo e entender que trabalhar a atividade faz parte de um bom negócio. Porque se eu não entendo… E aí isso tem mais a ver do que entender a minha persona. Quem é a persona da minha loja? Não tem. Qual é a cabeça do meu comprador? É isso? É para isso que serve.
Maurício Guimarães:
Para esse modelo serve. A gente pode até entender que a minha persona é homem, que ele trabalha na Faria Lima, que ele recebe R$ 15.000 por mês. Beleza. São dados importantes porque aí eu começo a colocar que eu não vou vender uma camiseta de R$ 25,90 para ele. Posso até vender, mas esse cara, o comportamento dele, já está acostumado a comprar uma Insider mais de R$ 100, R$ 150. Mas eu preciso entender outros momentos da vida dele e como ele pensa, entendeu? Por isso que eu preciso. E aí eu uso. O importante é usar um CRM justamente para poder fazer isso. Quando você faz um tráfego pago para trazer esse cliente, dá para usar o Sexy Business lá na headline. Lá no Google você consegue colocar alguma coisa: “A camiseta da Insider todo mundo tem, menos você.” E agora…
Edvaldo Firme:
Pum.
Maurício Guimarães:
Já acabou. A pessoa já vai falar assim: “Caralho, eu quero também”, entendeu? Mas isso tem um custo muito mais alto. Quando você usa um CRM, então acho que é muito pertinente isso. Todo esse comportamento humano você consegue ativar através de toda a comunicação com eles. Sim. Então você se comunica com a pessoa e você se comunica com o ser humano. Veja, eu quero vender, eu vendo B2B, eu quero vender para Nestlé. Eu vou mandar uma recuperação de carrinho para Nestlé, não é para o comprador dela. Então é o ser humano. Esse cara é palmeirense. Ontem o Palmeiras perdeu para o Corinthians, por exemplo. Se eu mandar uma mensagem para ele hoje, a cabeça dele já vai estar meio puto porque perdeu ontem, então talvez eu precise levar para um outro lado.
Edvaldo Firme:
Ou eu posso fazer até mesmo sabendo desse modelo de comunicação, eu posso fazer um modelo de comunicação que vai enaltecer o seu time. Perdeu, mas aqui você ganha no desconto. É isso, né? Vamos extrapolar, mas pensar… Eu acho que isso faz muito sentido, Maurício, sabe por quê? Porque aí a gente fala de edrone. Quando a gente olha para um CRM dentro da nossa estrutura, a gente fala muito sobre fazer a comunicação certa para a pessoa certa, mas mais do que isso, no momento certo. Então, e aí a gente volta lá e conecta com o que a gente falou de neuroplasticidade neuronal, como o nosso cérebro entende tudo isso. Mas, no fundo, no fundo, é muito difícil um ser humano com dois braços e dez dedos conseguir fazer essa leitura e se comunicar da maneira correta, no tempo certo, com os palmeirenses, com os corintianos, com quem não gosta de futebol. E aí você tem uma ferramenta que além de te trazer dados, ela vai conseguir também te ajudar com a inteligência artificial. Então, em vez de você fazer essa segmentação bruta na cabeça, você consegue. Só adicionando… Eu falo, você vai montando o seu Lego dentro da comunicação. Eu quero falar com o cara da Faria Lima, que mora em São Paulo, que comprou nos últimos três meses mais de R$ 10.000 comigo. E eu já entendi porque ele compra. Comprou camiseta do Palmeiras, que ele é palmeirense. Pronto, eu tenho essas informações. Eu coloco ele num cluster, num quadradinho, eu parametrizo quem é esse cara. E eu crio uma trilha de comunicação só para ele, para sempre. Então, uma vez que eu pensei em uma estratégia dentro desse modelo do Sexy Canvas, dentro do Sexy Business, eu consigo começar a destrinchar isso e fazer com que a coisa cada vez mais vá se ligando a esses personagens dentro da minha loja. Isso faz sentido? É algo praticável? Dá para o cara de casa pensar exatamente nessa estratégia e falar: “Pô, eu hoje eu já entendi quem é meu cliente. Agora eu preciso entender como automatizar minha comunicação com ele e somar isso ao modelo do Sexy Business.”
Maurício Guimarães:
Eu já pensei numa parada muito foda aqui, agora que você fala da edrone. Olha que louco! Como vai conectando as coisas? Imagina conectar a edrone com o ChatGPT através da API oficial deles. Aí você, o lojista, ele cria um GPT personalizado dentro do ChatGPT, coloca todos os dados lá dentro do seu cliente e ele vai pegando através da edrone que tem esses dados. Aí você coloca toda a estratégia da metodologia Sexy Business, que é ativar as emoções e sensações humanas no teu cliente e também comportamento de tribo e comunidade e movimentos ali dentro. E aí tudo isso integrado na edrone. E a edrone, quando for disparar um e-mail marketing ou quando for fazer uma recuperação de carrinho, ela já faz através de engenharia social que aquele cliente… Ela já sabe. Dando um exemplo que o cliente é palmeirense. A IA já verificou que ontem saiu uma notícia que o Palmeiras perdeu ou ganhou. E aí a edrone já sabe disso, monta um textinho e dispara para esse cara. Isso que você acabou de falar: “Ah, o seu time pode ter perdido, mas aqui você sempre ganha 10% desconto para fazer tal coisa.” Entendeu o processo todo? Mas só vai funcionar se a ferramenta da edrone entender junto com o lojista as emoções de cada um dos seus clientes. Entendeu? Se ela entender as emoções e a sensação, o que… É por isso que não adianta só você ter a ferramenta e você não ter toda essa estratégia, porque se o cara pegar e receber uma mensagem genérica, talvez não funcione. Mas se ele, corintiano, ganhou e você sabe disso e você manda dizendo: “um caminhão de vitórias na sua vida, né? Além de você estar sempre ganhando…” Vai conectar com o que ele, o time dele, ganhou.
Maurício Guimarães:
Você ganha aqui mais… não é um desconto. Você vai ganhar 10% para pertencer a uma tribo que faz toda a diferença.
Edvaldo Firme:
E que está sempre ganhando.
Maurício Guimarães:
E que sempre ganha. Você já conecta de novo. Olha, já ganhou. Ganharam, ganharam um copo e pronto. Aqui um copo e pronto.
Maurício Guimarães:
Você entende como funciona? Então, como é importante eu ter a tecnologia, porque vai viabilizar que eu me conecte com essas pessoas. Mas é importante que tenha um ser humano que vai operar isso, mas que o ser humano saiba como operar, o que ele vai falar. Não adianta eu simplesmente mandar 10% desconto. Eu vou dizer: “você vai participar da maior comunidade do Brasil”, entendeu? Isso faz a diferença.
Edvaldo Firme:
E é muito doido, Maurício, porque aí a gente falando de novo de tecnologia e eu explicando um pouco sobre edrone. A gente tem uma LLM interna conectada no GPT, então já dá para fazer isso. E aí, olha que massa que acaba facilitando muito. Se o cara tem um site que já é um site pensado dentro dessa metodologia, a partir do momento que ele se integra com a edrone, a edrone faz a leitura do site dele. A gente não só lê os dados do CRM, a gente já traz logo, identidade visual, a gente já traz tudo para o modelo de e-mail e a nossa inteligência também adapta o copy. Então você pode pegar uma ideia e aí essa parte prática, prática mesmo, a gente ajusta e o nosso time de sucesso vai conseguir acompanhar os clientes. Mas ele já te pergunta qual é o copy que você quer? Você pode só grifar e ele já te pergunta: “Você quer isso aqui mais engraçado, mais publicitário, mais vendas?” E tem a opção para você determinar um prompt para o teu copy. Você pode pegar um prompt pré-programado já explicando sobre o Sexy Business. Copia e cola. Lá ele te dá uma ideia sobre pré-header, o header, o texto e quais produtos colocar. “Ah, eu não sei que produto colocar.” Eu quero fazer uma comunicação mais genérica. Então coloca lá o produto recomendado que vai trazer de forma automática para o último produto que ele visualizou. “Ah, ele nunca visualizou nenhum produto dentro do meu site. Ele só se cadastrou e foi embora.” Vai recomendar para ele o seu top seller. Então é aí. Acho que uma coisa liga na outra, né? A partir do momento que você entende a metodologia, fica mais fácil criar uma comunicação. E a partir do momento que você tem uma maneira fácil de criar essa comunicação, fica fácil você entender a metodologia, porque você consegue aplicar tentativa e erro, acerta e reprova e vai e volta e a coisa acaba se conectando. E isso dá para a gente dizer… É isso? Então vamos fazer um recap aqui do dia de hoje só para o pessoal de casa se sentir mais confortável. Dá para a gente dizer então que quando a pergunta é: “existe uma fórmula para vender online?”, existe. E essa fórmula está muito conectada a entender a pessoa que compra.
Maurício Guimarães:
Com o ser…
Edvaldo Firme:
Com o ser humano.
Maurício Guimarães:
Com o ser humano. É isso. O que que a gente tem que entender? Que a venda é feita para pessoas. E a tecnologia é um meio. Se você tem a tecnologia e não sabe o que falar, você não vai vender. Se você sabe o que falar e não tem a tecnologia, você não vai conseguir escala. Então, o que que a gente tem que entender? Que as duas coisas elas têm que andar juntas. A tecnologia e o ser humano. E aí, o que que é o ser humano? É a emoção, é a sensação, é a tribo, é o pertencimento, é o movimento. É o que você defende. É o que você acredita. É o que você vai falar no teu Instagram, é o que você vai falar no teu e-mail marketing. É o que você vai falar no teu blog. É o que você vai falar na tua loja. É o que você vai falar com o teu cliente. É o que você vai falar com o teu fornecedor. É o que você vai falar com o teu colaborador. É o que você vai falar com o teu sócio. É o que você vai falar com o teu pai, com a tua mãe. É isso. A fórmula é essa. É você ser humano, mas usar a tecnologia a seu favor.
Edvaldo Firme:
Perfeito! Maurício, muito obrigado por esse papo. Foi muito esclarecedor. Eu tenho certeza que o pessoal de casa vai sair daqui com a cabeça explodindo de ideias. Para quem quiser saber mais sobre a metodologia Sexy Business, como te encontrar, como entrar em contato com você?
Maurício Guimarães:
Eu tenho um canal no YouTube que é Maurício Guimarães. Tenho um Instagram que é @mauricioguimaraes. E o meu LinkedIn. Pode me procurar lá. Eu estou sempre postando conteúdo. Eu estou sempre falando sobre isso. E quem quiser saber mais sobre a metodologia, pode mandar um direct, pode mandar um e-mail. Eu estou sempre à disposição para responder todo mundo. E é isso. E para você, Edvaldo, muito obrigado de novo. É um prazer estar aqui. E a gente se vê por aí.
Edvaldo Firme:
Pessoal, obrigado por mais um episódio do edroneCast. Fiquem ligados nas nossas redes sociais. Até a próxima!
Maurício Guimarães:
Tchau!
Sobre o apresentador
Edvaldo Firme
Apaixonado por marketing digital há mais de 12 anos! Especializado em SEO e copywriting, ajudo empresas a melhorar sua visibilidade online e gerar conversões.